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Seu Damico era dono de uma
bem sucedida farmácia numa cidade do interior. Era um homem bastante
inteligente, mas não acreditava na existência de Deus ou de qualquer outra
coisa além do seu mundo material. Um certo dia, estava ele fechando a farmácia
quando chegou uma criança aos prantos dizendo que sua mãe estava passando mal e
que se ela não tomasse o remédio logo iria morrer.
Muito nervoso e após
insistência da criança, resolveu reabrir a farmácia para pegar o remédio. Sua
insensibilidade perante aquele momento era tal que acabou pegando o remédio
mesmo no escuro, entregou-o à criança, que agradeceu e saiu dali às pressas.
Minutos depois, percebeu que havia entregado o remédio errado para criança e,
se aquela mãe o tomasse, teria morte instantânea.
Desesperado,
tentou alcançar a criança mas não teve êxito. Gritou em desespero e o tempo
passava e nada acontecia. Sem saber o que fazer e com a consciência pesada,
ajoelhou-se e começou a chorar e dizer que se realmente existia um Deus que não
o deixasse passar por assassino.
O tempo passava e ele, de
joelhos ficava pensando que a mulher poderia já estar morta e, certamente, ele
teria de pagar por isso. Refletiu sobre sua intemperança, sobre seu mau humor
principalmente sobre sua insensatez. De repente, sentiu uma mão tocar-lhe o
ombro esquerdo e ao virar deparou-se com a criança em prantos. Naquele momento
ficou desconsolado. Mas tinha uma certeza: Deus, de fato, não existia. Já podia
imaginar o que estava para lhe acontecer. O choro e o olhar triste daquela
criança lhe atravessava a alma. No entanto, como um lampejo de sabedoria,
perguntou ao menino o que lhe havia acontecido. Então aquela criança começou a
dizer: - "Senhor, por favor, não brigue comigo, mas é que caí e quebrei o
vidro do remédio, dá pro senhor me dar outro?"
Fonte: Casa do Senhor