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“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho…” (Ec 4.9-12).

O casamento é uma ideia de Deus e uma dádiva aos homens. Deus criou o homem e a mulher, à sua imagem e semelhança. Também instituiu o casamento para a felicidade de ambos. No casamento marido e mulher se tornam uma só carne. Somente a morte deve por um ponto final nessa relação de amor, respeito e fidelidade. Nessa aliança de afeto não deve existir competição, mas complementação. Marido e mulher não atacam um ao outro, mas defendem um ao outro. Não buscam no casamento a satisfação de si mesmo, mas altruisticamente, buscam, com primazia, a felicidade do cônjuge amado. O casamento é a mais íntima das relações humanas.

No texto em apreço, Salomão oferece algumas bênçãos do casamento. Vejamos:

Em primeiro lugar, porque o casamento é uma parceria, ele é melhor do que a vida solitária (Ec 4.9). Não há nenhum pecado em escolher a vida celibatária, mas o casamento é melhor, na medida que é uma cooperação e não uma competição. Serem dois é melhor do que ser um. A parceria entre o homem e a mulher torna os dois mais recompensados, mais animados, mais aquecidos, mais protegidos. O casamento é uma dádiva de Deus. Seu propósito é oferecer ao homem e à mulher certos privilégios que a vida de solteiro não consegue dar.

Em segundo lugar, porque o casamento é uma parceria, marido e mulher são mais recompensados (Ec 4.9). O casamento é uma adição de esforço e uma somatória de resultados. Se os dois trabalham na mesma direção, com a mesma motivação, visando o bem comum, eles têm melhor paga do seu trabalho. Sua recompensa é mais robusta. Suas conquistas são maiores. Seus resultados são mais promissores.

Em terceiro lugar, porque o casamento é uma parceira, marido e mulher são mais fortalecidos (Ec 4.10). Na vida há perigos e obstáculos no caminho. Porque marido e mulher são parceiros e não rivais, quando um cai, o outro o levanta. Ai daquele, porém, que ao cair, não tem alguém para lhe estender a mão. O casamento é lugar de encorajamento. É território de restauração. É cenário de recomeço. Não se condena o que caiu, mas estende-se a mão para levantá-lo da queda. No casamento não se esmaga a cana quebrada nem se apaga a torcida que fumega, mas concede-se perdão ao que caiu e oferece-se ajuda para retomar a caminhada da vida.

Em quarto lugar, porque o casamento é uma parceria, marido e mulher são mais aquecidos (Ec 4.11). Marido e mulher têm o privilégio de dormir juntos e se aquecerem mutuamente nas noites frias da caminhada. Oh, que delícia é, desfrutar da intimidade do leito, do cálido ninho do amor, onde os dois se tornam uma só carne e se completam. A solidão é gelada, mas a comunhão conjugal é aquecida por sentimentos nobres, por desejos puros, por entrega sem reservas, por delícias exuberantes.

Em quinto lugar, porque o casamento é uma parceria, marido e mulher são mais fortes (Ec 4.12). A vida não se desenrola num cenário edênico, mas num campo de batalha. Há inimigos que nos espreitam sorrateiramente e outros que conspiram abertamente contra nós. Se fizermos uma carreira solo, no território da solidão, ao sermos atacados, não conseguiremos resistir, porém, se formos dois, levantaremos contra o inimigo, resistir-lhe-emos e prevaleceremos contra ele. No casamento tornamo-nos mais fortes, mais resistentes e mais do que vencedores.

O pastor Hernandes Dias Lopes, da Igreja Presbiteriana do Brasil, é um escritor membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho. Conteúdo originalmente publicado em hernandesdiaslopes.com.br.